O deslocamento é uma das necessidades mais básicas do ser humano. Muito além do direito de ir e vir, o conceito de mobilidade urbana está atrelado ao deslocamento de pessoas e bens materiais dentro das cidades, possibilitando acesso a mercadorias e a convívios sociais, como escolas, igrejas, compras, trabalho, saúde e lazer.
Nas cidades, as pessoas vão a determinados locais por meio de diferentes meios de transporte, seja a pé, de bicicleta, moto, carro, ônibus, trem. Cada uma delas utiliza um meio adequado ou disponível. Esses modais necessitam de uma infraestrutura específica, que garanta a qualidade e a segurança da locomoção.
São Paulo possui quase cinco milhões de veículos, cerca de 25% da frota nacional. São realizados cerca de 30 milhões de deslocamentos diários, sendo 10 milhões em transporte coletivo e outros 10 milhões em transporte individual.
Uma pesquisa divulgada recentemente pela Organização Internacional do Trabalho mostra que 9,5% dos brasileiros gastam mais de uma hora para chegar ao trabalho, mas em São Paulo essa proporção chega a 23,2%.
É por motivos como este que a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – tem investido cada vez mais na construção de corredores de ônibus, melhorando a qualidade do transporte público. Desta forma, possibilita uma locomoção mais rápida, confortável e segura.
Um bom exemplo é o Corredor Itapevi – Butantã, popularmente conhecido como Corredor Oeste, que ligará as cidades de Itapevi, Jandira, Barueri, Carapicuíba e Osasco até a estação Butantã, da linha Amarela do Metrô, em São Paulo. Quando concluída, esta via facilitará o deslocamento de cerca de 200 mil usuários por dia.
Além das paradas específicas para ônibus, serão construídas duas faixas duplas onde os carros também circularão. Os ciclistas terão espaço garantido. Será construída uma ciclovia paralela em toda a extensão do Corredor, que soma mais de 30 km.
Este projeto está em fase de implantação no trecho entre Itapevi e Jandira e em todo o trajeto já vendo sendo realizados estudos para a realização dos projetos básicos e executivos necessários para a obra.
Outro exemplo de desenvolvimento regional baseado no transporte público acontece em Guarulhos. Lá está em construção o Corredor Guarulhos – Tucuruvi, que ligará a maior cidade da região metropolitana à capital. O trecho contempla 32,3 km e suas obras estão a pleno vapor.
Já foram inaugurados dois terminais de ônibus neste trecho, o Taboão e o Cecap. Ainda este ano a cidade receberá o trecho que liga estes dois terminais, favorecendo cerca de 10 mil passageiros diariamente. Paralelamente, acontecem os trâmites para licenciamento do trecho entre o Terminal Cecap até o Terminal Vila Galvão.
Muito mais que uma facilidade na vida dos moradores e trabalhadores dessas regiões, projetos como estes representam um grande impulso ao desenvolvimento regional.
As melhorias realizadas em infraestrutura acabam sempre se transformando em mais desenvolvimento econômico. Com o tempo, isso significa mais empregos e melhoria na renda da população.
Com um sistema de transportes integrado ao desenvolvimento, consegue-se um melhor aproveitamento do espaço urbano, possibilitando ainda melhorias significativas ao meio ambiente.
Com uma mobilidade mais sustentável, os ganhos para a sociedade transcendem a esfera econômica, gerando mais inclusão social e principalmente qualidade de vida à população. Certamente este é um desafio que vale a pena.
Por: Joaquim Lopes, presidente da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP)